Foi a surpresa. O inesperado sabor de que se está em casa. Como um beijo espontâneo, arrebatador, fosse a resposta para tudo quando nem sequer se está a pensar. Apenas a sentir a pressão daquelas mãos nas costas e um sismo que nos arrepia.
A descoberta do cheiro, a sintonia da perda de controlo, o tempo que se arrasta num momento tão único, destruidor, ansiosos por mais. Um só beijo e tudo se desmorona.
A fé resgata-se pelo desejo. A ansiedade queda-se pela frenética trepidação da pele contra pele. Um beijo, segundos apenas, ambos extenuados pela vitória. Um só beijo e quando findou sabia que valera a pena.
O que ficara para trás e o que não aconteceria daí em diante. Mas aquele beijo fez acreditar, por breves instantes, que havia chegado. Ao destino. Mas foi um beijo e uma só estação de passagem. Um beijo - tudo mas, na verdade, nada mudou.
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