O cigarro estava no fim. Ardia devagar, sem conhecer a pressa do ardor dela, a antítese pura apesar de que a cinza que ia ficando esquecida no cinzeiro não fosse mais do que fragmentos da sua alma. Mais um travo e aquele outro cigarro tería o seu fim sem que isso importasse pois o maço estava ainda a meio e mais um café vinha a caminho. Chovia. Não se iría esquecer do som das gotas que caíam no pavimento. Tudo o resto estava abafado pelo barulho incessante e imperceptível da chuva. Porém, para ela era audível dado que para o que sobrava estava como que surda. Pessoas, passos, conversas, tudo se movia na ausência de realidade, na sua ausência de atenção. Ele entrou de rompante. Imponente. Os olhares desviaram-se para ele, tocaram-no sem que ele se importasse. Percebia, mas não lhe interessava. Vinha atrasado. Tornara-se num hábito. Sentou-se junto dela sem a conseguir despertar do sonambulismo em que ela militava. Dois novos cigarros acenderam-se de imediato sem se cruzarem e e...
Stuck In Reverse