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A soberba arte de não ser "gostada"

Há pessoas que não gostam de mim. Choque? Não me parece!

Compreendo isso e a verdade é que não me importa, por norma. 

Algumas pessoas acham-me pedante ou arrogante. Confesso que isso pode ser resultado da minha notória falta de pachorra para com gente burra ou somente mediana, que não se esforça. 

Outros acham-me com a mania, facto sobremaneira irritante porque não tenho apelidos sonantes, nem venho de Cascais, logo não tenho razões para me achar qualitativamente melhor. É uma pena, mas do mesmo modo que reconheço humildemente que posso, diariamente, aprender sempre algo mais com as pessoas que convivo e com pessoas novas que vou conhecendo, também admito que sou superior a grande parte das pessoas que me aparecem pela frente. Vão-me prender por isso? 

Posso não ter nome de família, factor que já dá o direito a que uma pessoa possa achar-se "capaz", mas sei lá, uma licenciatura, uma pós-graduação, um MBA, uma tese de mestrado em standby, um curso de inglês, outro de espanhol e 5 anos de alemão, dão-me alguma legitimidade. Mas, ok, que seja a gaja que lê muito e pensa que sabe alguma coisa. A mim basta-me saber que aquilo não sei, vou querer aprender para me sentir satisfeita.

Depois há outros que não gostam porque falo muito alto e rio (ou ria-me) como se não houvesse amanhã.  A estes, simplesmente ignoro, ok amiguitos?

E, por fim, há os que não me suportam apenas... porque sim. 

É difícil de perceber porquê se me remeto para um misero 1,63m, estou longe de ser pilar de elegância, tenho tanto de esbelto como de chata, e estou longe do protótipo de beleza e/ou "gaja boa". Mais, não tive 3 filhos belos e bem comportados, tendo voltado, como por magia, a ficar fisicamente como se não os tivesse; não sou um ás na cozinha; não sou daquilo tipo de pessoas abençoadas pela sorte natural, daquelas que se tivesse carro, encontrava sempre lugar à porta; daquelas pessoas a quem todo de positivo lhe acontece, mesmo nos momentos piores, emanando um optimismo que dá comichões, de tal maneira que merecem uma valente tareia. 

Com isto tudo posso lidar, ou melhor, é-me indiferente. A sério. Já não tenho paciência para achaques de virgens ressabiados.

Ora, então não é que há pessoas que não gostam de mim porque, 1. pra' lá de ser uma pessoa que "atrai problemas", logo não sou recomendável nem para coveiro, quanto menos fazer parte do seu grupo interessante de amizade (ai, vai-me dar um fanico!); 2. sou anti-social (desculpem lá não gostar que me olhem com desdém porque não tenho um barco para apanhar sol nem tenho casa de fim de semana nem corpo digno de bikini, sim fofos?); 3. tenho a lata de não gostar que gozem comigo, reiteradamente, em publico pelo simples prazer da humilhação???

Pois, aviso, que também me dá igual ao litro. Por muito que me magoe que esta estirpe seja apoiada por quem me devia defender a mim. E isso, sim, já é lixado.


E agora perguntam vocês, raros mas estimados e mui apreciados leitores, "de onde raio veio isto hoje?". 


Estava-me atravessado. Só isso.





Comentários

Dragão disse…
Sem papas na língua... ah mulher! A isto se chama personalidade! Gostei...!

Apesar de teres uma enorme adoração pelo vermelho... gosto de ti! :)

Beijos,
Eduardo (Dragão)

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