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é natal, é natal... pois sim!

É minha modesta opinião que uma pequenina parte da minha falta de espírito natalício se deve ao facto de ter sido poupadinha a comprar umas armações de óculos de 24,50€ (deixando o meu coração a bater por umas armações da RayBan lindas!) para depois pagar um total de 205€!!!!! Isso! 90€ cada lente. Fiquei louca. Ainda não recuperei! E nem o bom humor. Ando com o maior dos cuidados à volta da porcaria das armações de 24,50€, não vá adormecer com elas ou assim...

O resto do espírito natalício esfumou-se entre decepções com amigos (gosto particularmente daqueles que adoram vangloriar-se de algo, incessantemente, sabendo que isso causa mau estar em pessoas que até gostam deles), com uma tristeza que não passa, com o estar cansada de remar contra a maré quando o barco encalhou há tanto tempo, e com a falta de força vontade que alguém me apontou, de forma certeira mas ligeiramente cruel nos últimos dias. 

Mas se isso não ajudasse, as pessoas chegam a esta época e transformam-se. Tipo noivas: até estarem para casar são do melhor que há de moças, quando se aproxima o momento... PASSAM-SE. Solta-se-lhes o caprichoso, a petulância, a arrogância e a ganância. Não quero generalizar, mas já vi noivas que com os presentes de casamento se transformaram em seres que envergonhavam o Armando Vara.

Assim acontece por este mês de Dezembro. Uma pessoa sai à rua e tentam-na converter várias vezes a uma religião qualquer, com o advento de Cristo metido ao barulho. 

Ninguém respeita filas pra' nada e as compras de Natal servem de belíssima desculpa para estacionar o bólide em qualquer lado ou, melhor, acelerar e quase atropelar peões incautos. 

E, de repente, somos todos amigos, mesmo aquelas pessoas que mal nos falam durante o ano, que não têm 15 segundos para responder a uma mísera SMS a dizer "Olá, estou bem, que bom que te tenhas lembrado de mim!" Multiplicam-se jantares de Natal, que são cerimónias reais do espírito de Natal, e outros que são marcar presença porque fica bem. E quando uma pessoa tenta marcar mesa para 2 (duas amigas que vão jantar e matar saudades), está tudo cheio. Crise? As pessoas sabem que sim, mas é Natal, não conta.

Para finalizar, 3 momentos de alucinação:

1) os taxistas conseguem estar ainda piores do que o seu "ser" normal (maldispostos, refilões, impossíveis e ignorantes sobre as ruas de Lisboa, coisa que me deixa louca... é o trabalho deles, caramba!)

2) aparecem indianos, paquistaneses, o que sejam, a vender, pelas ruas da cidade, Pais Natal made in Bangladesh pirosos como só mesmo naquela parte do mundo, que se mexem ao ritmo de um Jingle Bells assassinado e acendem luzinhas, tipo as imagens da Nossa Senhora que se vendem em Fátima. A par dos Pais Natal, bailarinas da dança do ventre. A sério,não há multi culturalismo que aguente esta merda. 

3) O Circo Chen, com imitação baratinha, mas mui em moda do Cirque de Soleil, em Entrecampos. De cortar os pulsos. O circo, a imitação e a localização. Se há coisinha que não gosto mesmo nada no Natal*, é a festinha circense. As roupas, os animais presos em jaulas, a pobreza franciscana total, os palhaços. Desde os 2 anos que odeio circo e calha-me sempre um perto. 






*Também não acho piada a pessoas que não se esforçam a dar presentes, compram sem pensar na pessoa a quem vão oferecer. Não é uma questão de dinheiro, é uma questão de se se oferece é porque se nutre pela pessoa ofertada determinado sentimento. Isso devia valer alguma coisa. 





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