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descobre-se na NET

O Google é uma porta aberta para o infinito, quer-se goste deste ou não. É tipo máquina da cartomante das feiras: mete-se a moeda e sai a sina. Meti vinte e cinco tostões de "vergonha tóxica" e confirma-se que o conceito existe mesmo. 

É uma mudança no sistema de crenças pessoais rígidas e do controlo baseadas na vergonha (tóxica) em vez de  naturais crenças flexíveis baseadas no amor-próprio e na auto aceitação.

O sistema de crenças pessoais rígidas e controladoras da vergonha tóxica reforça os nossas atitudes e comportamentos; no dia-a-dia agimos de acordo com essas mesmas crenças disfuncionais de uma forma subtil baseadas na crença interior que aquilo que somos e fazemos não é “normal” ou correcto. Pelo contrario, somos “anormais”, indesejáveis e diferente os outros (interiorização de estigma e preconceitos).

Há uma diferença entre o sentimento de vergonha e o sentimento de culpa. 

A culpa é a crença de aquilo que fazemos (comportamentos) está ou não correcto (quando violamos o código de valores, por exemplo, se roubamos). A culpa genuína é importante. É um sinal indicador que violamos a nossa própria e universal conduta moral. Como tal ajuda a manter um nível aceitável de honestidade, fomenta uma auto critica saudável,

A vergonha tóxica não acomoda valores morais. É uma crença individual que reforça e distorce a realidade, quer tenhamos feito algo positivo ou não, assumindo de raíz que o "material” de que somos feitos não tem valor ou qualidade.

Se a culpa é algo que se pode resolver com o tempo, por exemplo, através de reparações dos erros do passado e na procura de soluções para corrigir e mudar as atitudes e os comportamentos disfuncionais, já a vergonha tóxica não se consegue anular ou fazer reparações, pois está enraizada no nosso ser. Vivemos com a sensação de que aquilo que temos de fazer em relação aquilo que nos rodeia é arranjar um rol de desculpas e justificações pela nossa própria existência, nem que para isso as nossas necessidades sejam ignoradas e/ou negligenciadas.

Pode-se ter "ataques" de vergonha tóxica, moderados e ou agudos. Pode-se viver num constante estado de vergonha, perfeccionismo e controlo. A vergonha tóxica pode ser o núcleo gerador e disfuncional das nossas  atitudes e comportamentos, que nos impõe regras rígidas e controladoras.


Assim, a vergonha tóxica é uma força poderosa que afecta a capacidade do individuo ser uma pessoa saudável, de sentir segurança, confiança e capacidade de cuidar de si mesmo, o melhor possível. Em ultima instância, mina a capacidade de sentir alegria, de amar e ser amado. Gera ansiedade, medo, desencaixe social. 

A vergonha tóxica alimenta-se do sentimento de inadequação e da rejeição, da debilidade e do desconforto, incapaz de valorizar as potencialidades e habilidades pessoais e única. A percepção que a pessoa tem de si é distorcida pela vergonha tóxica.

Ela significa que existe algo está errado dentro da pessoa, não é possível fazer nada para modificar isso, é intrínseco: a pessoa só consegue perceber-se como inadequada e “defeituosa” por natureza

A vergonha tóxica destrói a qualidade de vida, é uma experiência muito dolorosa, uma ferida profunda, sentida dentro de nós, que nos separa de nós mesmos e dos outros, que nos faz rejeitar a nós mesmos, e esta rejeição requer um disfarce, uma dissimulação. E é uma fractura transversal, que não conhece barreiras sociais, académicas ou financeiras. 

Ao produzir baixa auto-estima e um sentimento de desvalorização pessoal, a vergonha tóxica cria um processo de auto-sabotagem que coloca o individuo em segundo plano. 

E, em consequência, a pessoa age com base no medo; ou gera o hábito de dizer que sim quando gostaria de dizer não; ou com receio de desagradar às pessoas com quem tem contacto e para evitar conflitos, não aje de modo sincero; ou prefere esconder-se a ser rejeitada; ou omite a sua opinião em discussões para não pôr em risco o seu “espaço”. Ou, em sentido inverso, age de forma agressiva, e responde com rispidez, causando forte impressão negativa, auto-punindo-se internamente e arrependendo-se de ter agido assim. Ou  vive cheia de inibições, cedendo à vontade alheia e ignorando desejos e aspirações sem jamais tentar realizá-los.

Uma imagem corporal distorcida é também um sinal de baixa auto estima, pois quando a auto estima é saudável a pessoa aceita-se como é e não pauta seu corpo pela tendência do meio em que vive.

Life can be a real bitch. 


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