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Dos olhares que se desviam



E depois? Como nos olhamos outra vez? 

Optamos pela solução fácil de recolha cada um a seu canto, ainda com a adrenalina em alta do combate, mas com os hematomas devagarinho a aparecerem, corpo recostado nas cordas, feliz, miserável, a habituar-se à distância que aí vem. 

As marcas, por mais fortes, vão sarando à medida que os dias passam, sem nada mais acontecer.  As dores ficam enquanto andamos no passo diário, nas musicas que ouvimos, nas piadas que queríamos partilhar, no que podia ser a dois mas é pedido para um. 

Regressos, novos abandonos, ou tudo igual. E aquele momento estranho em que apenas nos cruzamos, e um desvia o olhar. KO. 

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