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uma questão de adjectivação

Há um problema, derivado quase de certeza da ignorância, na aplicação de adjectivos aos tugas. 

Estes não são piegas. 

São uns fiteiros. Queixam-se, mas na verdade mal apanham uma segunda feira véspera do não feriado de Carnaval e ... ala, que é vê-los rumar às pousadas, ao Brasil, à neve. Crise? Cortes nos salários? Impostos? Qu'é lá isso? É preciso desanuviar porque a malta anda stressada. Todos os santos dias de lamentações, para uma grande fatia da população, deduz-se, portanto, é fita. 

Outro adjectivo que nos assiste. Marimbeiros. Ou egoístas. As pessoas estão-se a borrifar para o país com o qual se dizem preocupar tanto. À primeira hipótese de mobilização, ó sim Passos, fala aí pra' Massamá, que nós faltarmos aos festejos de pobre do Carnaval? No way! Vale tudo, até a desobediciência civil de câmaras com histórico carnavalesco como... Vila Nova Gaia. Poupem-me. 

Sem-vergonha, outro bom adjectivo, pois então. 

Queixinhas também vai bem. Queixamo-nos do estado em que estamos. E do tempo de espera para descer uma pista na Serra Nevada. E das pavorosas low-costs (esta subscrevo mas viajo pouco, isso é coisa de gente fina), e da quantidade de pessoas que estão da DisneyParis, do difícil que é arranjar mesa no Nobu em Londres. 

E, por fim poucos. Somos poucos. Ou bem que estes poucos que restaram são mesmo MUITO produtivos ou estes 2 dias serão o enterro final. E não é do entrudo. Ficou quem já não tinha férias para gozar, quem não podia mesmo escapar, quem tinha prazos a cumprir, quem  não teve autorização para tirar férias, quem não tinha orçamento algum para ir nem sequer à Trafaria, aqueles (pouquíssimos) cujas empresas trabalharão normalmente (Clap Clap) e aqueles que acreditavam no statement. Ainda que com valor zero. Mesmo assim, a medir pelo transito de Lisboa, produtivos ou nem por isso, fomos uma amostra mínima. 

O adjectivo que nos falta: uns merdas. 

Comentários

Anónimo disse…
Só uma pergunta: a menina amanhã trabalha? (clap clap)
Mónica disse…
sim. onde haja um computador esta moça (menina ni me gusta! manias...) trabalha. aliás, está a fazê-lo agora.
Anónimo disse…
Então clap clap para a menina e moça.
Aqui o je também trabalha e não é funcionário do Estado
Mónica disse…
tambem nao trabalho no estado e a bem da verdade a epresa estará encerrada mas trouxe o pc e os meus papeis e amanha vai ser business as usual. a diferença: de pijama e talvez faça mais do que uma hora de almoço e nao comece as 8h da manha. Louca. Só extravagâncias!!!
Anónimo disse…
Business em PJ???? Essa modalidade não conheço!
Se bem que há dias em que bem me apetecia receber os meus clientes em boxers...
Anónimo disse…
Pois pois foram os trabalhadores que puseram o país nesta situação, então bora la tirar-lhes subsídios, feriados, férias e tudo ...
Mónica disse…
Obrigada pelo comentario. Enquanto cidadaos votantes todos temos quota parte de respinsabilidade. Claro. Todos. Uns mais activos, outros pela passividade. E sendo eu trabalhadora (o que deve querer dizer que nao sou dona de nada... Nem politica) tambem sou lesada com as decisoes que estao a ser tomadas. Sou duplamente lesada porque nem votei neste governo e tenho que levar con ele mas como votei em socrates acho que tenho uma divida para com a sociedade. Como quem votou em cavaco para 1ºM, essa divida, upa upa! Nao obstante, há medidas com as quais concordo em absoluto e a revisao dos feriados é una delas, e sobretudo a extinção do carnaval (temporárua, que seja) subscrevo na integra. O pais não está para folias muito menos para parar 2 dias. Pior, para haver uma mobilização generalizada contra a decisao do governo. Isso é condenavel num estado de direito. So mesmo no reino da bandalheira a que chegamos. Independentemente do governo se habilitar com a falta de jeito.

Dou muita importancia ao trabalho. Mesmo. Porque ja tive sem ele e custa muito. Dai que nao alinho por esse diapasao sindicalista. Todos somos lesados. Ha muita injustica é um facto. Mas basicamente quem quer trabalha sobretudo quando escasseiam trabalhos. E todos precisamos que se trabalhe bem, com logica e eficiencia. Quem nao quer, vai de carnaval. Mesmo nao sendo feriado. Nem este ano nem nenhum (está sempre dependente da aprovacao anual do governo en DR).

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