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conclusões sobre o que se chama vida sob uma dor de cabeça

Obrigada pelos vários apoios morais a vários níveis mas a ver se a gente se entende:

- Desistir agora já não é opção. 
Lamento que seja uma chatice aturarem-me e obrigada pela preocupação com o meu estado mental. 
Mas agora, é aguentar até a corda rebentar. 
Se enlouquecer, enlouqueci. Menos uma que têm que aturar.

- Ter filhos não é remédio. 
É uma opção de vida. Da mesma maneira que não resolvem uma relação em morte lenta também não vão ser um escape para uma pessoa em desequilíbrio no arame. Não há rede, nenhuma criança merece isso. 
Mas obrigada por acharem que, para cumulo de tudo, ainda mereço levar com uma depressão pré e pós parto.

- Não funciono pelas regras dos outros.
Para o bem e para o mal. E se estou cansada / exausta, só peço que entendam. Não preciso que me sacudam, basta que não me usem como cobaia para todos os discursos paternalistas / motivadores iguais aos dos nutricionistas. Todos sabemos o que faz bem e o que faz mal. 
Tenho 34 anos e apesar das aparências sou até bem espertinha, aliás inteligente acima da média (com as merdas de resultados que se vê), sei que posso estar a bater com a cabeça na parede mas esforço-me à brava para não ser a parede de ninguém. Boa?

Com isto tudo amanhã ainda tenho que madrugar por causa de trabalho. Fantástico. Sábado, onde andas tu? 

Comentários

Anónimo disse…
Enlouquecer é sempre opção irremediável. Não que nas serenas rotas alheias tal caminho não seja igualmente inevitável. Escreveste o diário da tua caminhada e correste o risco de publicá-lo em casinhas alheias. Well done. Quem te sugere rumos alternativos está tão perdido como tu. Mandar em casa do vizinho é sempre mais fácil.

Todavia pleiteio a tua causa. Escrevem especialistas em nenhures que guardar segredos e anseios nas nossas caixinhas pandorianas é contraproducente. Sigamos pois a sua sábia sugestão. Partilha as lágrimas e os segredos. Os receios e os anseios. Não com o vão fito de certeiro conselho de quem é ou diz ser teu parceiro de amizade. Simplesmente alivia a pressão. Parece que faz mal aos brônquios. Respire-se.

Conselhos não tenho. Já tive. Chegou a crise e a minha entidade bancária levou-os como garantia da minha titubeante sanidade mental. Vive. Dizem que temos oportunidades algures depois do dia ditoso. Não sabem do que falam. Transformam meros desejos em realidades inatacáveis. Vive. Não esperes poéticas palavras da experiência. Nem chorosos momentos de lúgubres finalmentes. Vive.

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