Avançar para o conteúdo principal

Quem nasceu ...



... para pobrezinho, não chega a Espirito Santo. Factos são factos. 

Não vale a pena dissecar por aí além as declarações de Cristina Espirito Santo. Felizmente para uma larga maioria, na qual provavelmente ela não se incluirá, vivemos em democracia, e cada um de nós pode pensar e dizer o que lhe vai na mona. Por mais tonto, disparatado ou atroz. Não podemos assumir que a senhora, lá por ter nascido numa familia com dinheiro, tenha automaticamente desenvolvido conceitos como inteligência emocional ou solidariedade social. 

Sejamos honestos, a familia da senhora que com esta idade ainda recorda com saudade o "brincar aos pobrezinhos" (já se vê que o a destreza cognitiva ali não é um ponto forte), é uma familia de dinheiro. Não é uma familia com séculos de história, aristocrática, com raízes ligadas à história fundadora e constituinte do nosso pais. Não. O patriarca da familia, José Maria do Espirito Santo Silva, vendia lotarias, câmbios e títulos. Há desmérito nisso? Nenhum. Muito pelo contrario, foi um empreendedor à sua época que incutiu aos seus descendentes o gosto ... pelo dinheiro. Que, posteriormente, vieram a dispersar em outros interesses económicos, mas sempre com um tronco comum: dinheiro. Às vezes, menos cagança na imagem da familia não lhes ficava mal. Agem, olham para os demais com a sobranceria como se fossem herdeiros directos da Ínclita Geração. Menos, boa gente, menos. 

A Sra. Dona Cristina nasceu numa das famílias de referencia do núcleo tradicional do pais. Aprendeu a falar francês, estou certa, a usar os talheres correctos, a saber os nomes dos 237 primos, havia aulas de equitação, piano, ténis. Sabe como comer frugalmente de molde a ser elegante e não ter colesterol. E foi à catequese. Os ensinamentos católicos se não passam das frases longas e complexas da Bíblia, podem ser dose para pessoas que nem com muitos desenhos lá chegam. Quando não se entende a mensagem de base, deve ter sido do caraças explicar o respeito pelos outros ou a consciência social à bela da Cristina que se distraia rapidamente com a passagem dos mosquitos. 

As declarações que surgiram na reportagem não me chocaram, em bom rigor. Revelam apenas as coisas como são mas vistas à luz da insensibilidade de uma cabeça oca no pior momento para ter a sua deixa. E essa falta de percepção da realidade não lhe permitiu ter o recato, que a educação correcta de pessoas de facto bem educadas sabem ter, de não dizer tamanha tolice e neste contexto social. 

Mas que sirva de lição para os deslumbrados que descobriram a Comporta nos últimos 2 anos, que correm atrás de moda, que fingem achar os mosquitos uma coisa castiça  e que afoitos adorammmmmmmm encher a boca para dizer que vão para a Praia do Pego ou do Carvalhal e correr as redes sociais com fotografias do paraíso. Tudo muito mimimi, tudo muito Top, Top, mas não são bem-vindos, não são hippie-boho-chics

Agarrem-se ao pedestal para não cair e façam inveja ao vizinho, porque não são do clube, não passam de "povo".





Comentários

Cailin disse…
vi os blogues e o fb, que a cada dia que passa me chateia mais com coisas estupidas, a encherem-se disso. não entendo como é que o pessoal não entende que isto é só o deitar cá pra fora da realidade que vai na cabeça de mta gente igual a ela. é tipo a pepa! e pior do que os que conheceram a comporta nos ultimos dois anos, são os que conheceram mm só com esta notícia!
A Mais Picante disse…
Falta de paciência para estes dramas sociais. Anda tudo com pouco que fazer, é o que é.

Mensagens populares deste blogue

a importancia do perfume e a duvida existencial do mês

Olá a todos advogo há bastante tempo que colocar perfume exalta a alma; põe-nos bem dispostos e eleva-nos o bom espírito. Há semelhança do relógio e dos óculos de sol, nunca saio de casa sem perfume, colocado consoante a minha disposição, a roupa que visto e o tempo que está. Podem rir-se à vontadinha (me da igual) mas a verdade é que sair de casa sem o perfume (tal como sucedeu hoje) é sempre sinal de sarilhos. nem mesmo umas baforadas à socapa no táxi via uma amostra que tinha na mala (caguei para o taxista) me sossegaram, ate pq não era do perfume que queria usar hoje. E agora voltamos à 2ª parte do Assunto deste email: duvida existencial do mês Porque é que nunca ninguém entrou numa loja do cidadão aos tiros, tipo columbine, totalmente alucinado dos reais cornos? É porque juro que dá imensa vontade. Eu própria me passou pela cabeça mas com a minha jeiteira acabaria por acertar de imediato em mim pp antes de interromper qq coisa ou sequer darem por mim. lembram-se de como era possív

Do acosso

Este calor que se abateu com uma força agressiva consome qualquer resistência.  O suor clandestino esbate vergonha e combate qual sabre as dúvidas.  A noite feita à medida de libertinos cancela as vozes interiores que alertam para mais uma queda dolorosa. A brisa quente atordoa, embriaga no contacto com a pele. O tempo pára, as palavras suspendem entre olhares que sustentam no ar tórrido toda a narrativa; qual pornografia sem mácula, mas plena de pecado. A lua cheia transborda e dá luz à ausência de sanidade que percorre no corpo. Tudo parece possível, uma corrente de liberdade atravessa-nos com o sabor do quente esmagado. E, mesmo assim, pulsa algo mais intenso. Mais derradeiro. Mais dominador. Mais perverso que o toque dos dedos. Mais agressivo que a temperatura irrespirável. O freio da impossibilidade.  A intuição luta com o medo e na arena o medo mesmo que picado tem sempre muita força. O medo acossa-nos.

Os lambe-cus (MEC)

Os Lambe Cus, by Miguel Esteves Cardoso   "Noto com desagrado que se tem desenvolvido muito em Portugal uma modalidade desportiva que julgara ter caído em desuso depois da revolução de Abril. Situa-se na área da ginástica corporal e envolve complexos exercícios contorcionistas em que cada jogador procura, por todos os meios ao seu alcance, correr e prostrar-se de forma a lamber o cu de um jogador mais poderoso do que ele. Este cu pode ser o cu de um superior hierárquico, de um ministro, de um agente da polícia ou de um artista. O objectivo do jogo é identificá- los, lambê-los e recolher os respectivos prémios. Os prémios podem ser em dinheiro, em promoção profissional ou em permuta. À medida que vai lambendo os cus, vai ascendendo ou descendendo na hierarquia. Antes do 25 de Abril esta modalidade era mais rudimentar. Era praticada por amadores, muitos em idade escolar, e conhecida prosaicamente como «engraxanço». Os chefes de repartição engraxavam os chefes de serviço, os alun