Avançar para o conteúdo principal

Coisas amorosas do Papa

Bento Ratzinger está fulo com os ateus e agnósticos. Com uma severidade de dedo esticado por causa do aumento do ateísmo em Espanha.

Dá-me sensação que se houvesse uma fogueirinha por perto nos colocaria lá a assar que nem frango no churrasco. [Ainda que como Espanha está, virada do avesso, numa espécie de TPM colectiva muito forte, mais depressa lhe queimavam os pradas.]

Agnóstica, a caminhar perigosamente para o ateísmo, me importa un pepino o que o senhor diz. Mas gosto desta coisa de ser o alvo da "tolerância" do Vaticano. Isto de se terem os valores arrumados na gaveta é tão giro quando se é hipócrita. Também me da igual que o senhor viva na opulência quando a religião que chefia tal o condena.

Por isso, se não me meto na vida dele e dos membros do clube que lhe pertence, porque raio tem que vir o homem marrar comigo? Comboio de Chelas, não?


Disse Ratzinger que os ateus e agnósticos desejariam por si, sozinhos, decidir o que é verdade ou não, o que é bom ou mau, o que é justo ou injusto; decidir quem é digno de viver ou pode ser sacrificado. 

Ponto 1
Quer-me parecer que o senhor se viu ao espelho e decidiu falar do que faz a Igreja Católica. 

A diferença é que quem decide, pelos outros, é o papado e acólitos. Quem julga, quem critica, quem proclama verdades absolutas são geralmente as associações religiosas, quer seja a cristã, a islâmica, ou os jeovás.

O problema é haver quem não aceite estes ditames. Esses são os alvos a abater, os sacrificados, a quem o Bento ontem se atirou com toda a força. 


Ponto 2
Dado que nasci com razão, me transmitiram valores humanísticos e educação e fui abençoada, geneticamente, com o discernimento, EU consigo distinguir o certo do errado, o bom do mau, o justo do injusto e consigo fazê-lo sozinha. Clap, Clap... sou um prodígio! 

EU não preciso que me venham dizer, explicar, evangelizar. 

EU sou capaz de perceber que posso estar errada e EU posso mudar a minha opinião.

Não necessito de guias espirituais nem de um deus, em que não acredito, para me preencher ou ensinar o caminho. E, agora, passo a estar ao nível de um radical bombista? De um criminoso? 

Gosto mesmo da retórica de inclusão de Bento. É de um amor ao outro fantástico. Uma coisa mái fofa que só ele.

Comentários

Mensagens populares deste blogue

a importancia do perfume e a duvida existencial do mês

Olá a todos advogo há bastante tempo que colocar perfume exalta a alma; põe-nos bem dispostos e eleva-nos o bom espírito. Há semelhança do relógio e dos óculos de sol, nunca saio de casa sem perfume, colocado consoante a minha disposição, a roupa que visto e o tempo que está. Podem rir-se à vontadinha (me da igual) mas a verdade é que sair de casa sem o perfume (tal como sucedeu hoje) é sempre sinal de sarilhos. nem mesmo umas baforadas à socapa no táxi via uma amostra que tinha na mala (caguei para o taxista) me sossegaram, ate pq não era do perfume que queria usar hoje. E agora voltamos à 2ª parte do Assunto deste email: duvida existencial do mês Porque é que nunca ninguém entrou numa loja do cidadão aos tiros, tipo columbine, totalmente alucinado dos reais cornos? É porque juro que dá imensa vontade. Eu própria me passou pela cabeça mas com a minha jeiteira acabaria por acertar de imediato em mim pp antes de interromper qq coisa ou sequer darem por mim. lembram-se de como era possív

Do acosso

Este calor que se abateu com uma força agressiva consome qualquer resistência.  O suor clandestino esbate vergonha e combate qual sabre as dúvidas.  A noite feita à medida de libertinos cancela as vozes interiores que alertam para mais uma queda dolorosa. A brisa quente atordoa, embriaga no contacto com a pele. O tempo pára, as palavras suspendem entre olhares que sustentam no ar tórrido toda a narrativa; qual pornografia sem mácula, mas plena de pecado. A lua cheia transborda e dá luz à ausência de sanidade que percorre no corpo. Tudo parece possível, uma corrente de liberdade atravessa-nos com o sabor do quente esmagado. E, mesmo assim, pulsa algo mais intenso. Mais derradeiro. Mais dominador. Mais perverso que o toque dos dedos. Mais agressivo que a temperatura irrespirável. O freio da impossibilidade.  A intuição luta com o medo e na arena o medo mesmo que picado tem sempre muita força. O medo acossa-nos.

Os lambe-cus (MEC)

Os Lambe Cus, by Miguel Esteves Cardoso   "Noto com desagrado que se tem desenvolvido muito em Portugal uma modalidade desportiva que julgara ter caído em desuso depois da revolução de Abril. Situa-se na área da ginástica corporal e envolve complexos exercícios contorcionistas em que cada jogador procura, por todos os meios ao seu alcance, correr e prostrar-se de forma a lamber o cu de um jogador mais poderoso do que ele. Este cu pode ser o cu de um superior hierárquico, de um ministro, de um agente da polícia ou de um artista. O objectivo do jogo é identificá- los, lambê-los e recolher os respectivos prémios. Os prémios podem ser em dinheiro, em promoção profissional ou em permuta. À medida que vai lambendo os cus, vai ascendendo ou descendendo na hierarquia. Antes do 25 de Abril esta modalidade era mais rudimentar. Era praticada por amadores, muitos em idade escolar, e conhecida prosaicamente como «engraxanço». Os chefes de repartição engraxavam os chefes de serviço, os alun