Avançar para o conteúdo principal

Das certezas

Desde pequena (sim, como se tivesse crescido imensoooo...), que tenho duas grandes certezas: que sou do Benfica (always) e que não sou religiosa. Bom, naquela altura, não seria, de todo, católica, que era a única fé com a qual tinha contacto mais próximo.

Sempre me senti mal em igrejas. A solenidade eucaristical, o ambiente pesado, o silencio, o escuro, o respeito, o medo, o conteúdo discursivo, o cheiro a velas, a mofo, tudo me tirava o ar. Era o maior dos sacrifícios (pior que ir ao circo), era uma tortura, sentia-me verdadeiramente forçada a por um pé numa igreja, mesmo em visita. E esse sentimento durou muito tempo. Só em adulta consegui ser turista no reduto clerical.

E vá que desde antes dos 6 anos já boicotava as idas à missa como gente grande e ganhei uma aversão àquilo tudo de tal maneira que nem catequese, nem primeira comunhão.

Mantenho-me fiel agnóstica mas há dias em que penso que se não seria mais fácil ter a doçura da fé. Nela repousar a esperança e o lado positivo da vida. Nela encontrar o conforto de um melhor amanhã quando as coisas não têm o desfecho que queremos

Não pretendo mudar de opinião, mas assim, resta-me sofrer só em antecipação, sofrer quando tudo corre mal e saber que só posso contar comigo quando a desilusão se abate. O pragmatismo e o racional são algo solitários e pouco meigos nestes dias.

São as escolhas que nos justificam. Há que aceitá-las.

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Os lambe-cus (MEC)

Os Lambe Cus, by Miguel Esteves Cardoso   "Noto com desagrado que se tem desenvolvido muito em Portugal uma modalidade desportiva que julgara ter caído em desuso depois da revolução de Abril. Situa-se na área da ginástica corporal e envolve complexos exercícios contorcionistas em que cada jogador procura, por todos os meios ao seu alcance, correr e prostrar-se de forma a lamber o cu de um jogador mais poderoso do que ele. Este cu pode ser o cu de um superior hierárquico, de um ministro, de um agente da polícia ou de um artista. O objectivo do jogo é identificá- los, lambê-los e recolher os respectivos prémios. Os prémios podem ser em dinheiro, em promoção profissional ou em permuta. À medida que vai lambendo os cus, vai ascendendo ou descendendo na hierarquia. Antes do 25 de Abril esta modalidade era mais rudimentar. Era praticada por amadores, muitos em idade escolar, e conhecida prosaicamente como «engraxanço». Os chefes de repartição engraxavam os chefes de serviço, os alun...

Devo ser a unica mulher

Que gosta do Mr. Big. Pois que gosto.  Enquanto a Carrie era uma tonta sempre à procura de validação e de "sinais", a complicar, a remoer, ser gaja portanto, o Mr. BIG imperfeito as may be era divertido, charmoso, sedutor, seguro (o possível dentro do género dos homens, claro), pragmático.  E sempre adorou aquela tresloucada acompanhada de outras gajas ainda mais gajas e mais loucas.  Fugiu no dia do casamento? Pois foi. Mas casaram, não casaram? Deu-lhe o closet e um diamante negro.  Eu gosto mesmo muito do Mr. BIG. Alguma vez o panhonhas classe media do Steve? Ou o careca judeu que andava nu em casa? Por Sta. Prada, naooooooooo! 

Da invasão

Amei-te assim que te quis. Senti-me presa a ti assim que soube que estavas na minha vida. Desejei-te todos os dias desde que me invadiste.  Soltaste-me a curiosidade.  O inesperado.  Enches-me de alegria. mesmo quando não sei o que fazer contigo, como agir, como ser o meu melhor; e ainda assim ilumino com a tua presença. Sou a mesma mas numa versão upgraded.  Esperei-te, queria-te. Há toda uma aventura que nos guia.