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Halloween

Pois, como é óbvio, não gosto.
Se não acho piada ao carnaval vou gostar mais desta pirosada por ser mais tétrico e menos mama à mostra?

Não vou entrar no discurso do isso é americanice e blá blá blá por duas razões.

Primeiro, porque isso também é o argumento do Dia dos Namorados e apesar da catástrofe vulgar suburbana em que a coisa se transformou eu gosto muito do presentinho. Do miminho. Nunca recebo. Fico sempre de coração partido (lá dizia o grande melga-antes venham piolhos do Alejandro Sanz) e de neura, triste que nem carneirinho recém tosquiado. Mas insisto. E gosto.

Segundo, porque o Halloween não é um produto americano. É uma tradição made in USA com base em rituais pagãos fortemente enraizados na Europa (Irlanda, sobretudo) e misturados, posteriormente, com os fenómenos coloniais, noutras partes do mundo (o Dia dos Mortos, no México é o mais emblemático ... e alucinado).

Também o natal deriva de um ritual pagão, reciclado para criar uma religião una e congregadora (e dominadora). Ou a páscoa. Dizer que foi o walt disney ou o spielberg a inventar o conceito, é grande voo na Nutella.

Mesmo assim, é um momento muito especifico do calendário norte americano, desenhado à medida do seu modus vivendi.

Esta tara com o Halloween, promovida pelas escolas, com máscaras, e pais a desembolsarem, é de uma parvoice gritante. Os professores não têm sarna para se coçar? E viram os preços dos fatos?

Daqui a umas semanas vamos comer perú e festejar a irmandade peregrinos-indios (antes de lhe arrancarmos os escalpes)?

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