Avançar para o conteúdo principal

se o dia a dia é "nhac",é bom ter memoria

Há quem reze. Ha quem medito (ja nao o faço ha uns tempos..., shame on me).

Eu vou fazer uma viagem pelas boas memorias da minha infância / adolescencia, coisas que me deixavam alegre:

- as idas ao Domingo de manhã ao antigo Estádio da Luz para ir á piscina e o pai deixar o carro a limpar nas bombas da Shell. Depois regressavamos dos mergulhos com o carro a cheirar a lavado e eu a tropeçar quase sempre no cabo do aspirador;

- o dia inteiro na praia da Foz do Arelho com água gelada, sol ou nuvens, ou frio, com sandes de queijo e caprisone

- os livros da condessa de ségur lidos em tardes solitárias em casa;

- os verões com os meus padrinhos e a minha irmã;

-as broas castelares caseiras feitas no dia do Natal dos Hospitais;

- o bacalhau com natas da mãe;

- a 1ª vez que furei as orelhas (presente de 10º aniversário, achei que ia estourar de felicidade);

- o baptizado da minha afilhada (que já tem 18 anos);

- os concertos dos Xutos e dos Trovante desde miuda;

- A roda da Sorte acompanhada pelo batido de chocolate home made no copo laranja da Tupperware;

- as conversas nocturnas com o Sérgio quando se pagava à noite apenas 1 impulso dentro da zona de residencia (não havia telemovel);

- sempre que via, vezes sem conta, o Rei dos Gazeteiros e o Regresso ao Futuro;

- o cheiro dos livros que descobria nas prateleiras lá de casa e que lia sem restrições ou o dia de chegada dos livros do Circulo de Leitores;

- a minha carteira que escolhi, da Benetton, com riscas verdes e azuis;

- a mochila azul da Chevignon, da qual nao me desfaço;

- os fins de dia na praia no Algarve até às 8H da noite e o gelado pós jantar;

- a manha de dia 25 de Dezembro (presentes!!!!!!!!!!!!!!!!!)

- andar atras da minha irmã como se fosse uma fã mas ela era tão gira e os rapazes passavam-se todos com ela; ela era tão "cool"

- as idas ao Sempre em Festa em Setembro para comprar o dossier, o estojo e o porta documentos da colecção nova, todos iguais;

- a companhia do Agora Escolha quando estive 3 meses de cama com a perna partida (ultimo periodo de aulas em casa...) e ganhava sempre ou o Barco do Amor ou o Remington Steele;

- almoçar na Tia Matilde (cabrito, off course);

- quando me disseram que eu nao era obrigada ir à Igreja, que nao tinha que ler a Biblia Ilustrada que me tinham oferecido e à qual achei uma idiotice e que podia escolher em acreditar no que quisesse ou nao acreditar sequer.

- andar ao colo do pai;

- o 1º dia de aulas, a descoberta de pessoas novas, os cadernos vazios à espera que as canetas coloridas derrapassem com saberes novos (esta foi-me passando...);

- quando me dedicaram o Blue Eyes (do Elton John) no programa nocturno da Radio Cidade (que coisa pirosa!!!)

- as sestas em criança, aquele soninho retemperador que não há igual;

- quando me diziam que ia ser alguem especial (deixava-me vaidosa, foi o que se viu! estas pessoas mentem para caraças às crianças);

- as ferias com a Filomena com mousses de chocolate feitas com Baileys, e enquanto comiamos divagavamos como tontas sobre como seria a nossa vida;

- o sentir-me o centro do universo, amada, mimada e ter a ideia que a vida ia ser como o meu sorriso cheio de alegria. E dizerem-me que eu era gira!!!

Back to Life, tentar superar dia a dia. Como nos AA's

Comentários

bp disse…
O que mostra que não é que a vida tenha piorado: temos é a mania de abandonar a capacidade de ficar feliz com coisas pequenas. Por isso é que eu gosto da frase:

"The idea is to die young, as late as possible." -- Ashley Montague
João Dias de Pires disse…
O Rei dos Gazeteiros era muito bom.

Quem é que nunca quis ser como o Ferris Bueller?
Tigrão disse…
Grande Padinha! Essa é A frase! Manter aquele brilho traquinas nos olhos...
Por acaso nunca quis ser um qualquer Ferris desta vida. Mais um David Addison, e acho que à minha maneira até vou sendo...
Dia-a-dia é certo, mas sempre com um sorriso nos lábios enquanto se enfrenta os perigos/males desta vida (in Duarte & Companhia)
EduardoMata disse…
Muito bom!!!!

Rei dos Gazeteiros...xiiiiiiiiiii...
Luisinho disse…
Nem mais Bruno!
Há anos que te vejo carregar esse lema, o qual eu próprio tento fazer dele o meu modo de vida!
Mónica disse…
padinha da la uns cursos
q me sinto mt cansada / sem idade definida

Mensagens populares deste blogue

Devo ser a unica mulher

Que gosta do Mr. Big. Pois que gosto.  Enquanto a Carrie era uma tonta sempre à procura de validação e de "sinais", a complicar, a remoer, ser gaja portanto, o Mr. BIG imperfeito as may be era divertido, charmoso, sedutor, seguro (o possível dentro do género dos homens, claro), pragmático.  E sempre adorou aquela tresloucada acompanhada de outras gajas ainda mais gajas e mais loucas.  Fugiu no dia do casamento? Pois foi. Mas casaram, não casaram? Deu-lhe o closet e um diamante negro.  Eu gosto mesmo muito do Mr. BIG. Alguma vez o panhonhas classe media do Steve? Ou o careca judeu que andava nu em casa? Por Sta. Prada, naooooooooo! 

I used to love it...

Do acosso

Este calor que se abateu com uma força agressiva consome qualquer resistência.  O suor clandestino esbate vergonha e combate qual sabre as dúvidas.  A noite feita à medida de libertinos cancela as vozes interiores que alertam para mais uma queda dolorosa. A brisa quente atordoa, embriaga no contacto com a pele. O tempo pára, as palavras suspendem entre olhares que sustentam no ar tórrido toda a narrativa; qual pornografia sem mácula, mas plena de pecado. A lua cheia transborda e dá luz à ausência de sanidade que percorre no corpo. Tudo parece possível, uma corrente de liberdade atravessa-nos com o sabor do quente esmagado. E, mesmo assim, pulsa algo mais intenso. Mais derradeiro. Mais dominador. Mais perverso que o toque dos dedos. Mais agressivo que a temperatura irrespirável. O freio da impossibilidade.  A intuição luta com o medo e na arena o medo mesmo que picado tem sempre muita força. O medo acossa-nos.