Avançar para o conteúdo principal

Anfitriões sem toalha de mesa

Quando damos uma soirée gastronómica cá em casa, é sempre um stress.

O chef fica prima-donna e não dá para comunicar com ele. Fica tenso, austero e faz cara feia. Se se faz qualquer coisa, aí, vai cair o Carmo e a trindade; se não se faz nada, é porque se devia ter adivinhado que naquele lusco-fusco de 15 segundos é que era: buscar louça que falta ou a salada, que entretanto ficara pronta. E depois como não tem noção do tempo, começa tarde e perante publico com fome, começa a sentir-se pressionado. E mais tenso fica.

A mim calha-me a organização da sala, assegurar que há velas catitas pela casa e pôr a mesa. Upps, mega stress: da mesma maneira que nos falta 1 edredon decente, toalhas de mesa aqui no xiringuito são escassas e tèm sempre uma parva de uma nódoa, ou varias. Só damos por esta realidade quando faltam 5 minutos para chegarem os convidados.

É uma tensão horrível. Como se resolve?

Entrada: Folhados de espinafres, ricotta e mel; cogumelos recheados com queijo cabra. Prato principal: lombo assado com condimentos secretos, batata assada e húmus. Sobremesa: veiemos caseiro (soberbo) e gelado.

Bom mesmo, a companhia!!! Vale sempre a pena.

Mas o chef, por muito mourinho da cozinha que seja, tem de facto jeito para preparar repastos!

A falta de toalhas de mesa só atesta o quão precisamos de melhorar enquanto anfitriões.

Comentários

Mensagens populares deste blogue

I used to love it...

Do acosso

Este calor que se abateu com uma força agressiva consome qualquer resistência.  O suor clandestino esbate vergonha e combate qual sabre as dúvidas.  A noite feita à medida de libertinos cancela as vozes interiores que alertam para mais uma queda dolorosa. A brisa quente atordoa, embriaga no contacto com a pele. O tempo pára, as palavras suspendem entre olhares que sustentam no ar tórrido toda a narrativa; qual pornografia sem mácula, mas plena de pecado. A lua cheia transborda e dá luz à ausência de sanidade que percorre no corpo. Tudo parece possível, uma corrente de liberdade atravessa-nos com o sabor do quente esmagado. E, mesmo assim, pulsa algo mais intenso. Mais derradeiro. Mais dominador. Mais perverso que o toque dos dedos. Mais agressivo que a temperatura irrespirável. O freio da impossibilidade.  A intuição luta com o medo e na arena o medo mesmo que picado tem sempre muita força. O medo acossa-nos.

não consigo explicar ...

Mas parte do problema, é qualquer coisa dentro disto. É a ausência do que não se vê, do que não se consegue descrever,  uma espécie de força sem traço definido, sem matéria palpável, sem sinónimo no dicionário, sem cor no arco iris, um silêncio que eu ouço de modo único, uma mão que não nos deixa cair sem que a sintamos...  Compreendo que menosprezem, para minha protecção.  Compreendo que eu não seja compreensivel. Mas é forte. Sente-se. Rasga.