Avançar para o conteúdo principal

neuronios louros observam a cidade!

Estou de mau humor. Por 2 motivos em especifico: 1) não quero falar disso, ainda estou em negação com o putativo regresso ao trabalho; 2) está muito calor que amolece a vontade de fazer seja o que seja. Odeio calor.

Como estou com a telha vou partilhar observações que tenho acumulado nas minhas deambulações pela cidade.

Começamos logo pela falta de civismo do tuga quando conduz 1 carro. Ía eu tranquilamente pela Av João XXI, quando sou praticamente abalroada por um Mercedes pato bravo, que não tendo onde estacionar, vá de subir o passeio em espinha como se fosse a coisa mais natural. Só não me levou à frente porque estavam lá as escadas do Chimarrão e o gajo decidiu travar. Se não, eu seria dano colateral. Lá dentro 4 pintas estilo quarentão-casado com 2 filhos- a morar ao longo da IC19-que vai ás putas c/ os amigos-e ao shopping ao fim de semana. Não os insultei, como fiz com o sacana que me tentou vender droga na Rua Augusta, porque estava demasiado calor.

A falta de civismo (que se nota diariamente em tudo) está para a condução como a Tia Maya (tive que gramar com o programa dela e do Graciano hoje no cabeleireiro e o almoço ainda anda às voltas no estomago com o asco) para o pseudo social: somos um pais mesmo foleiro. O tuga é uma desgraça só:

- estaciona em cima dos passeios, sem qualquer preocupação por quem tem facilidade ou pelos que têm dificuldades de movimento, como se o passeio também fosse dele;

- estaciona em 2ª fila com os 4 piscas ligados em qualquer lado para ir ao supermercado, ao café, à taberna ou mesmo ao cinema (conheço uma personagem que o fez); ao fim da rua, à porta do Modelo Bonjour de Entrecampos a falta de vergonha é elevada ao cubo (estacionam em 3ª fila!!! depois de uma rotunda!!!);

- apesar de usar os piscas quando está mal estacionado, desconhece o seu funcionamento quando os tem que utilizar quando de facto devem ser utilizados. Os fabricantes criaram os piscas exactamente para o chico-esperto poder estacionar, ir ali e voltar já! ahn ahn

- endivida-se até á raiz do cabelo para comprar um carro no Miau.pt mas depois não tem dinheiro para comprar a merda de um kit mãos-livres. É PROIBIDO FALAR AO TELEFONE ENQUANTO SE CONDUZ, santa gente... Irrita-me tanto as pessoas que fazem isto!!! E irritam-me os policias que ignoram

- and so on, and so on...

E o mais curioso é que este virus da falta de civismo na condução é geograficamente transversal e é inter-classisista. Desde o Citroen Saxo do Laranjeiro, ao Audi Q7 da Quinta da Marinha , à carrinha Audi de Telheiras, só se vêm desastres ambulantes na estrada. É como a histeria com a selecção nacional: idiotice colectiva.

Mudando de tema, outro fenómeno observável na cidade são as Europeias. De todos os cartazes que analisei:

- só o do CDS com o Portas aparenta honestidade. O lema é: "Não basta razão, é preciso votos!". Ora aí está um tipo prático: passem para cá os votos porque a razão (no sentido de discernimento) essa já foi de frosques. Mas a ideia peregrina do Portas em querer que o 1º Ministro (que tem que governar o país) ande em campanha e sem segurança para que o povo lhe caia em cima, bom ... é o estilo feira a que nos habituou;

- o PS tem o azar do seu cabeça de lista, independentemente ter ou não mérito, parecer o Avô Cantigas com voz de padreco;
- no caso do PSD, o Paulo Rangel tem um olhar à Horatio Caine do CSI Miami que é absolutamente assustador;

- o PCP tem uma cabeça de lista que até tem histórico na UE (e longo e meritório), mas que depois vai fazer campanha para uma Direcção Regional do Minist da Economia, numa reunião com trabalhadores, exigindo a presença da comunicação social? Mas ela está a fazer campanha para as Europeias ou para a Junta de Freguesia da rua dela???

- aos outros nem lhes dei atenção, confesso.

O Sr. Presidente (que de repente deu para fazer piadas e rir-se) em vez e exigir que as pessoas não vão de férias, devia era exigir aos partidos que subissem a fasquia da qualidade, não nos cartazes (esses deviam ser PROIBIDOS) mas na abordagem aos temas fundamentais e que actuassem como uma classe politica como deve ser. Não esta merda generalizada! Vou votar á mesma, porque acredito no exercício dos meus deveres e direitos de cidadã MAS em branco!

O que observei mais na cidade... as bancas de jornais e revistas. Hoje as capas dos jornais não desportivos só falam no Oliveira e Costa que esteve ontem 8horas no Parlamento (deve ter sido a 1ª vez para alguns deputados estarem lá tanto tempo!). De repente, fez-se luz, e agora o Conselheiro de Estado que parece ter um ego tão grande como a fortuna que fruto do suor do seu trabalho acumulou, afinal já não deve ser Conselheiro e tirar imunidade e tal... AGORA???? Foi preciso um gatuno dizer que o Dias Loureiro é um gatuno também para se perceber isso? Antes não havia provas? Mesmo com o BdP a negar o que o DL dizia? AGORA???? Hellooooooooooooooooooooooooo

Também se lê que a Manuela moura Guedes tem um problema de saúde, que explica as operações ao rosto. Depois da tareia do Marinho (bem dada por sinal!), a vitimização é bom para limpar a imagem. E contra mim falo que a tinha como o meu referencial do que queria ser quando fosse grande (pivot de telejornal, e não bully do Socrates).

O post já vai grande, mas não posso deixar de partilhar algo que observo diariamente e logo pela manhã (o meu conceito de manhã é algo diferente do standard nestes ultimos meses) e que me põe momentaneamente atravessada mal dou de caras com este fabuloso atentado ao gosto e á inteligencia: o poster a assinalar novo cd da Ana Malhoa. Tudo na gaja é mau, como se vê, desde a roupa de prostibulo, aos piercings, ao ar ordinarote, mas todos os dias tenho que gramar com 3 (sim, 3) posters colados nas paredes da antiga feira popular. Venham depressa uns construtores mafiosos quaisquer comprar o terreno assim numa negociata daquelas qu já sabemos que existem para tirar dali aquela horrorosa.


Não hei-de eu ter mau humor!!!.




Comentários

Mensagens populares deste blogue

I used to love it...

Do acosso

Este calor que se abateu com uma força agressiva consome qualquer resistência.  O suor clandestino esbate vergonha e combate qual sabre as dúvidas.  A noite feita à medida de libertinos cancela as vozes interiores que alertam para mais uma queda dolorosa. A brisa quente atordoa, embriaga no contacto com a pele. O tempo pára, as palavras suspendem entre olhares que sustentam no ar tórrido toda a narrativa; qual pornografia sem mácula, mas plena de pecado. A lua cheia transborda e dá luz à ausência de sanidade que percorre no corpo. Tudo parece possível, uma corrente de liberdade atravessa-nos com o sabor do quente esmagado. E, mesmo assim, pulsa algo mais intenso. Mais derradeiro. Mais dominador. Mais perverso que o toque dos dedos. Mais agressivo que a temperatura irrespirável. O freio da impossibilidade.  A intuição luta com o medo e na arena o medo mesmo que picado tem sempre muita força. O medo acossa-nos.

não consigo explicar ...

Mas parte do problema, é qualquer coisa dentro disto. É a ausência do que não se vê, do que não se consegue descrever,  uma espécie de força sem traço definido, sem matéria palpável, sem sinónimo no dicionário, sem cor no arco iris, um silêncio que eu ouço de modo único, uma mão que não nos deixa cair sem que a sintamos...  Compreendo que menosprezem, para minha protecção.  Compreendo que eu não seja compreensivel. Mas é forte. Sente-se. Rasga.