Avançar para o conteúdo principal

Parabéns, Nuno.





9 anos. 78.840 horas. 3.285 dias. 468 semanas. 108 meses.  
São 9 anos. 
Com tantos bons momentos e duras travessias no deserto que, nem numa vida inteira, muitas vezes acontecem.

Foi a pessoa que eu escolhi.
Se é a pessoa que mais obviamente me encaixa? Não.
9 anos depois ainda não aceito nem gosto e leva-me mesmo à loucura a falta de respeito por mim (e pelos outros) com os atrasos crónicos.
Preferia alguém que não fosse contra o aborto.
Preferia alguém que eu achasse que, entre mim e o melhor amigo, em situação de catástrofe, me salvava a mim.
Preferia alguém que gostasse de Nova Iorque e Londres.
Preferia alguém que, de vez em quando, vá, achasse que faço alguma coisa de jeito.

Mas se queria estar com mais alguém? Não.

Porque este é o ponto de equilíbrio. 
Porque nos piores momentos, mesmo não entendendo, deu um abraço. 
Porque tem qualidades, valores e princípios pelos quais se rege e defende, o que é de louvar, mesmo quando não concordamos com ele. 
Porque é amigo dos seus amigos. 
Porque diz o que pensa mesmo quando é anti-correcto fazê-lo. 
Porque confio nele sem duvidas razoáveis. 
Porque com ele não há stress de eu fazer os meus planos com quem quer que seja.
Porque com ele, what you see is what you get
Porque é meiguinho quando me acorda nos meus longos sonos no sofá. 
Porque me faz jantares muito bons. 
Porque se ri. Comigo. De mim. Ri-se muito. Ri-se com o prazer de uma criança. 

Ao fim de 9 anos, para lá da paixão, para lá do amor que superou tanta interferência, para além das criticas, são 9 anos de cumplicidade natural. 

Como um bom café, que se bebe várias vezes ao dia, todos os dias, mas que é sempre bom, que cai sempre bem, e nos dá ânimo para continuar.



Comentários

Tigrão disse…
Tens de deixar de frequentar esses cursos marados de escrita. Começas a escrever de forma demasiado tocante.
Estou certo de que te gostavas de ter escrito muito mais, mas não te apeteceu. É assim.
Também eu gostava que muita coisa fosse diferente, mas sobretudo gostava que realmente viesse a ser diferente. Aí sim, poderia dar a mostrar ao Mundo o quanto sou feliz e que certas coisas que apregoava desde criança são efectivamente possíveis de concretizar na vida adulta...
1000 beijos ternos para quem escolhi a meu lado.

Mensagens populares deste blogue

a importancia do perfume e a duvida existencial do mês

Olá a todos advogo há bastante tempo que colocar perfume exalta a alma; põe-nos bem dispostos e eleva-nos o bom espírito. Há semelhança do relógio e dos óculos de sol, nunca saio de casa sem perfume, colocado consoante a minha disposição, a roupa que visto e o tempo que está. Podem rir-se à vontadinha (me da igual) mas a verdade é que sair de casa sem o perfume (tal como sucedeu hoje) é sempre sinal de sarilhos. nem mesmo umas baforadas à socapa no táxi via uma amostra que tinha na mala (caguei para o taxista) me sossegaram, ate pq não era do perfume que queria usar hoje. E agora voltamos à 2ª parte do Assunto deste email: duvida existencial do mês Porque é que nunca ninguém entrou numa loja do cidadão aos tiros, tipo columbine, totalmente alucinado dos reais cornos? É porque juro que dá imensa vontade. Eu própria me passou pela cabeça mas com a minha jeiteira acabaria por acertar de imediato em mim pp antes de interromper qq coisa ou sequer darem por mim. lembram-se de como era possív

Do acosso

Este calor que se abateu com uma força agressiva consome qualquer resistência.  O suor clandestino esbate vergonha e combate qual sabre as dúvidas.  A noite feita à medida de libertinos cancela as vozes interiores que alertam para mais uma queda dolorosa. A brisa quente atordoa, embriaga no contacto com a pele. O tempo pára, as palavras suspendem entre olhares que sustentam no ar tórrido toda a narrativa; qual pornografia sem mácula, mas plena de pecado. A lua cheia transborda e dá luz à ausência de sanidade que percorre no corpo. Tudo parece possível, uma corrente de liberdade atravessa-nos com o sabor do quente esmagado. E, mesmo assim, pulsa algo mais intenso. Mais derradeiro. Mais dominador. Mais perverso que o toque dos dedos. Mais agressivo que a temperatura irrespirável. O freio da impossibilidade.  A intuição luta com o medo e na arena o medo mesmo que picado tem sempre muita força. O medo acossa-nos.

Os lambe-cus (MEC)

Os Lambe Cus, by Miguel Esteves Cardoso   "Noto com desagrado que se tem desenvolvido muito em Portugal uma modalidade desportiva que julgara ter caído em desuso depois da revolução de Abril. Situa-se na área da ginástica corporal e envolve complexos exercícios contorcionistas em que cada jogador procura, por todos os meios ao seu alcance, correr e prostrar-se de forma a lamber o cu de um jogador mais poderoso do que ele. Este cu pode ser o cu de um superior hierárquico, de um ministro, de um agente da polícia ou de um artista. O objectivo do jogo é identificá- los, lambê-los e recolher os respectivos prémios. Os prémios podem ser em dinheiro, em promoção profissional ou em permuta. À medida que vai lambendo os cus, vai ascendendo ou descendendo na hierarquia. Antes do 25 de Abril esta modalidade era mais rudimentar. Era praticada por amadores, muitos em idade escolar, e conhecida prosaicamente como «engraxanço». Os chefes de repartição engraxavam os chefes de serviço, os alun