Avançar para o conteúdo principal

ser parva

Eu diria que estas coisas me tiram do sério se não fosse já reagir a elas com uma indiferença mortífera.

Tenho muitos defeitos, um deles é a minha tendência para ajudar. Ajudo amigos, conhecidos, desconhecidos, o que vier à rede. Não o faço à procura de medalhas, condecorações ou dinheiro. Faço-o naturalmente e se me for possível. Não sou nem missionária nem tontinha para me oferecer para ajudar em coisas que me escapam ou requerem que eu vá a pé a Coimbra B. 

O Moço está sempre a chamar-me à razão de que podia eu própria pedir ajuda. Mas isso já é uma tarefa muito complicada. 

Não faço nada à espera de retribuição (isso chama-se ou trabalho ou corrupção), quanto muito por uma expectativa "piquena" de que o cosmos um dia também me dê uma ajudinha, coisa que claramente está escassa. Se o faço é porque na minha ideia todos devemos fazer algo pelos outros, se tiver nas nossas capacidades. Mesmo que seja a única pessoa no cabrão do universo a pensar assim, que seja. Não vou mudar o meu modo de ser por causa dos outros, dos quais eu seja diferente.

Tendo trabalhado anos e anos numa determinada área, tenho consciência que fui muito abordada por interesse. Isso é que me irrita. É receber emails de pessoas com quem não falo há meses, às vezes anos, com um "Olá, tudo bem? Temos que almoçar. Já agora...". Menos, gente, menos. Eu não me importo que apareçam de repente a pedir ajuda mas façam-no de modo honesto. Não com floreados hipócritas. A lata tem que ter limites.

Também acho particularmente interessante, de um ponto de vista sociológico, e de falta de vergonha na cara, pessoas que estão na merda, pedem descaradamente por favores (networking, descobrir informações, divulgação de actividades, por exemplo) e quando já não precisam, eliminam-me da cadeia alimentar e, inclusive, recusam-se a dar-me uma força.

Se vou mudar? Dificilmente. 

Mas sim, quando digo que odeio pessoas, em conceito macro, não estou a ser uma drama queen. 


Comentários

Mensagens populares deste blogue

Os lambe-cus (MEC)

Os Lambe Cus, by Miguel Esteves Cardoso   "Noto com desagrado que se tem desenvolvido muito em Portugal uma modalidade desportiva que julgara ter caído em desuso depois da revolução de Abril. Situa-se na área da ginástica corporal e envolve complexos exercícios contorcionistas em que cada jogador procura, por todos os meios ao seu alcance, correr e prostrar-se de forma a lamber o cu de um jogador mais poderoso do que ele. Este cu pode ser o cu de um superior hierárquico, de um ministro, de um agente da polícia ou de um artista. O objectivo do jogo é identificá- los, lambê-los e recolher os respectivos prémios. Os prémios podem ser em dinheiro, em promoção profissional ou em permuta. À medida que vai lambendo os cus, vai ascendendo ou descendendo na hierarquia. Antes do 25 de Abril esta modalidade era mais rudimentar. Era praticada por amadores, muitos em idade escolar, e conhecida prosaicamente como «engraxanço». Os chefes de repartição engraxavam os chefes de serviço, os alun...

Devo ser a unica mulher

Que gosta do Mr. Big. Pois que gosto.  Enquanto a Carrie era uma tonta sempre à procura de validação e de "sinais", a complicar, a remoer, ser gaja portanto, o Mr. BIG imperfeito as may be era divertido, charmoso, sedutor, seguro (o possível dentro do género dos homens, claro), pragmático.  E sempre adorou aquela tresloucada acompanhada de outras gajas ainda mais gajas e mais loucas.  Fugiu no dia do casamento? Pois foi. Mas casaram, não casaram? Deu-lhe o closet e um diamante negro.  Eu gosto mesmo muito do Mr. BIG. Alguma vez o panhonhas classe media do Steve? Ou o careca judeu que andava nu em casa? Por Sta. Prada, naooooooooo! 

Da invasão

Amei-te assim que te quis. Senti-me presa a ti assim que soube que estavas na minha vida. Desejei-te todos os dias desde que me invadiste.  Soltaste-me a curiosidade.  O inesperado.  Enches-me de alegria. mesmo quando não sei o que fazer contigo, como agir, como ser o meu melhor; e ainda assim ilumino com a tua presença. Sou a mesma mas numa versão upgraded.  Esperei-te, queria-te. Há toda uma aventura que nos guia.