Avançar para o conteúdo principal

Ler dá nisto

(...) coisas pequenas, como as mentiras, se tornam muito importantes num casamento.(...)"

In O Grupo, Mary McCarthy

Na minha modesta opinião, em qualquer relação (amororosa, familiar, de amizade) são as "little things" que geram desgaste, desconforto e desencaixe. São incidentes continuados, que não são disruptivas de modo dramático mas geram erosão e frustração.

E estas pequenas coisas não são apenas uma mentira que é contada (e apanhada). Todos agimos em determinados momentos mal. Se o(s) outro(s) não reagirem, continuaremos a fazê-lo e instala-se esta rotina de causas menores com efeitos tremendos.

Eu sei exactamente as pequenas coisas que me agastam. Tento dar-lúes a Volta mas exactamente por não serem uma traição, ou abandono temporário do lar sem justificações ou vontade de um viver na província e outro na cidade, é-me difícil que se entenda porque algo aparentemente insignificante me gera atitude de encolher os ombros e ficar "down", indiferente.

Como diria o Artur Jorge, "é muito complicado".

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Devo ser a unica mulher

Que gosta do Mr. Big. Pois que gosto.  Enquanto a Carrie era uma tonta sempre à procura de validação e de "sinais", a complicar, a remoer, ser gaja portanto, o Mr. BIG imperfeito as may be era divertido, charmoso, sedutor, seguro (o possível dentro do género dos homens, claro), pragmático.  E sempre adorou aquela tresloucada acompanhada de outras gajas ainda mais gajas e mais loucas.  Fugiu no dia do casamento? Pois foi. Mas casaram, não casaram? Deu-lhe o closet e um diamante negro.  Eu gosto mesmo muito do Mr. BIG. Alguma vez o panhonhas classe media do Steve? Ou o careca judeu que andava nu em casa? Por Sta. Prada, naooooooooo! 

I used to love it...

Do acosso

Este calor que se abateu com uma força agressiva consome qualquer resistência.  O suor clandestino esbate vergonha e combate qual sabre as dúvidas.  A noite feita à medida de libertinos cancela as vozes interiores que alertam para mais uma queda dolorosa. A brisa quente atordoa, embriaga no contacto com a pele. O tempo pára, as palavras suspendem entre olhares que sustentam no ar tórrido toda a narrativa; qual pornografia sem mácula, mas plena de pecado. A lua cheia transborda e dá luz à ausência de sanidade que percorre no corpo. Tudo parece possível, uma corrente de liberdade atravessa-nos com o sabor do quente esmagado. E, mesmo assim, pulsa algo mais intenso. Mais derradeiro. Mais dominador. Mais perverso que o toque dos dedos. Mais agressivo que a temperatura irrespirável. O freio da impossibilidade.  A intuição luta com o medo e na arena o medo mesmo que picado tem sempre muita força. O medo acossa-nos.