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A teoria do relativismo


Esta semana tive que tomar uma decisão difícil. Para a maioria das pessoas que me rodeiam, é um "passo" natural mas, mesmo entendendo os seus argumentos, não deixa de ser algo que me causa, ainda, um brutal desassossego. 

Há episódios da nossa vida que temos mesmo que "let it go". Porque se não, eles destroem-nos. Vão consumindo até não haver mais substância, nem força para lutar. 

Como grande parte das pessoas que tenham uma vida dita normal, já tive momentos muito giros e felizes e outros arrasadores ou apenas menos bons. Houve muita coisa que superei e segui em frente, assumindo tais situações como um acontecimento pelo qual teria que passar, era assim mesmo a vida, e só vivendo pelas coisas se aprende, se cresce e nos tornamos mais humildes perante a grande arquitectura em que nos inserimos. 

Fui vitima de mobbing reiterado, declarado, maldoso durante 3 anos. Non-stop. Com uma paragem para repousar longe do acosso, para apenas voltar e ver o meu estado de saúde exposto como arma de arremesso. Fui humilhada, mal-tratada, pontapeada na dignidade, continuamente, por alguém com a personalidade  de um sociopata e a ruindade colada à pele. É verdade que aguentei, não tinha planos B, nem C nem D. E, a certa altura, não queria dar vitórias a quem me fazia chorar ao acordar, ao chegar a casa e me sugou a vontade de viver.

Apesar do tempo que passou, este capitulo é uma chaga aberta. Não acaba. Ainda estou a tentar reconstruir uma "piquena" variável chamada auto-estima. Ainda tenho uma raiva brutal dentro de mim que só lá vai se me dessem uma sucata pra' mão e um taco de baseball. Tornei-me menos flexível com as pessoas, mais desconfiada e com muito menos paciência para merdas. Deixei de ter confiança em mim própria. Tenho como que a sombra de um Voldemort a pairar sobre mim. 

Há amolgadelas que não se remendam. Ficam para sempre. Só resta relativizar. E aceitar que respirando, segundo a segundo, é a melhor maneira de disfarçar as marcas. 

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