Avançar para o conteúdo principal

Drama Queens sem categoria

No liceu e na faculdade havia sempre aqueles cromos que depois de um teste faziam sempre o acto de "drama queen" que iam chumbar. Por norma, eu tinha boas notas. Nunca achava que ia ter 18 a tudo mas sabia quando dava para o 12, o 14 ou o 16, mais coisa menos coisa.

Insatisfeita como sou, com tendências perfeccionistas, na minha mente, até podia achar que podia ter feito melhor, escrito mais e, consequentemente, ter uma nota mais alta. Mas, chegava.

As drama queens irritavam todos. Só queriam atenção. Às vezes nem sequer se lhes perguntava como tinha corrido a porcaria do teste.

Chega esta altura do ano e lembro-me sempre delas. As "novas" Drama Queens começam com o discurso "ai, peso 54kg, mas tenho que jejuar até Setembro"; ou "nenhum bikini me fica bem mas trouxe 5 da H&M"; ou "o meu rabo é a minha sombra mas estive o dia todo na praia a exibir a unha que combina com a chinela, com os óculos de sol e com os shorts coloridos da Zara".

Eu tenho muitos problemos com e por causa do peso. Sou gorda. Odeio espelhos. Gosto de estar em casa. Não saio à noite. Assumo.

Ninguém tem a ver com isso, a culpa não é de ninguém, excepto minha, e eu sou o que sou. Ponto. Sou vitima e criminosa numa só. 

Não obstante, dão-me cabo dos nervos estas gajas que mostram as roupas que compram, e que não são XXL, que se fotografam com o seu bom aspecto, com os corpos bem ajustados, equilibrados, de mini saias, calções, tops, mangas cavas mas depois choram-se que nem madalenas porque estão gordas, as ancas são assim, a barriga assado, o cú cosido. 

Ó meninas, se fosse esse quadro de misérias andariam com os modelitos com que se exibem? Até podem querer parecer ocas, mas vossas excelências não são tontas, sobretudo quando são putativas fashionistas!

Mudem lá o CD que esses discursos metem nojo e são mesmo ofensivos. Já têm idade para ter juizo e não se armarem em adolescentes parvas. Tenho "largado" bloggers à pala desta atitude de virgem com pele de stylish

Ou, então, vão lavar roupa pró tanque (não me saiu assim nada mais original como insulto e estou lixada com a vitória dos Andrades).

Comentários

Mensagens populares deste blogue

a importancia do perfume e a duvida existencial do mês

Olá a todos advogo há bastante tempo que colocar perfume exalta a alma; põe-nos bem dispostos e eleva-nos o bom espírito. Há semelhança do relógio e dos óculos de sol, nunca saio de casa sem perfume, colocado consoante a minha disposição, a roupa que visto e o tempo que está. Podem rir-se à vontadinha (me da igual) mas a verdade é que sair de casa sem o perfume (tal como sucedeu hoje) é sempre sinal de sarilhos. nem mesmo umas baforadas à socapa no táxi via uma amostra que tinha na mala (caguei para o taxista) me sossegaram, ate pq não era do perfume que queria usar hoje. E agora voltamos à 2ª parte do Assunto deste email: duvida existencial do mês Porque é que nunca ninguém entrou numa loja do cidadão aos tiros, tipo columbine, totalmente alucinado dos reais cornos? É porque juro que dá imensa vontade. Eu própria me passou pela cabeça mas com a minha jeiteira acabaria por acertar de imediato em mim pp antes de interromper qq coisa ou sequer darem por mim. lembram-se de como era possív

Do acosso

Este calor que se abateu com uma força agressiva consome qualquer resistência.  O suor clandestino esbate vergonha e combate qual sabre as dúvidas.  A noite feita à medida de libertinos cancela as vozes interiores que alertam para mais uma queda dolorosa. A brisa quente atordoa, embriaga no contacto com a pele. O tempo pára, as palavras suspendem entre olhares que sustentam no ar tórrido toda a narrativa; qual pornografia sem mácula, mas plena de pecado. A lua cheia transborda e dá luz à ausência de sanidade que percorre no corpo. Tudo parece possível, uma corrente de liberdade atravessa-nos com o sabor do quente esmagado. E, mesmo assim, pulsa algo mais intenso. Mais derradeiro. Mais dominador. Mais perverso que o toque dos dedos. Mais agressivo que a temperatura irrespirável. O freio da impossibilidade.  A intuição luta com o medo e na arena o medo mesmo que picado tem sempre muita força. O medo acossa-nos.

Os lambe-cus (MEC)

Os Lambe Cus, by Miguel Esteves Cardoso   "Noto com desagrado que se tem desenvolvido muito em Portugal uma modalidade desportiva que julgara ter caído em desuso depois da revolução de Abril. Situa-se na área da ginástica corporal e envolve complexos exercícios contorcionistas em que cada jogador procura, por todos os meios ao seu alcance, correr e prostrar-se de forma a lamber o cu de um jogador mais poderoso do que ele. Este cu pode ser o cu de um superior hierárquico, de um ministro, de um agente da polícia ou de um artista. O objectivo do jogo é identificá- los, lambê-los e recolher os respectivos prémios. Os prémios podem ser em dinheiro, em promoção profissional ou em permuta. À medida que vai lambendo os cus, vai ascendendo ou descendendo na hierarquia. Antes do 25 de Abril esta modalidade era mais rudimentar. Era praticada por amadores, muitos em idade escolar, e conhecida prosaicamente como «engraxanço». Os chefes de repartição engraxavam os chefes de serviço, os alun