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Mensagens

A mostrar mensagens de setembro, 2017

O meu pai nosso

Abençoado seja este desassossego que reina em mim e me faz agitar os pensamentos em cada passada rápida e me alimenta desta necessidade de ir mais longe, mais depressa.  Louvada seja esta insatisfação natural, a ânsia de abrir portas, deixar o caos correr desabrido.  Bendita insanidade que me contagia, assusta e me dá alento; que afasta os fracos, alegra os destemidos.  Venha a mim o pecado em cada dia, a raiva e a urgência que se congeminam em brasa, a agressividade afoita, o cansaço intrépido.  Em toda e qualquer madrugada, sempre novos nadas com a segurança que sou o meu tudo.

Do vento quente

Caía um vento quente à medida que a praia se esvaziava por completo e o sol se distendia no horizonte. Era uma brisa leve, sensual, inebriante como erva suave, cada passa a abrir os sentidos em todas as direcções.  Ela cerrou os olhos e arrepiou-se. De desejo. Das memórias que percorreram em catadupa a espinha. A mente viajou para um momento em que esteve, despida de resistências e força, plena de abandono e total consolo nele.  Onde estaria ele agora? Ele e a sua determinação em retê-la nos seus braços. Ele e o apetite voraz pela boca dela. Ele e os sonos demorados, com respirações em uníssono.   Ele que estará agora noutro corpo, a deixar-se ser amado por outro alguém, a ser-lhe impossível conceber não enviar uma sms matinal de "bom dia" que revela um "quanto te quero". Ele que olhou para uma outra pessoa e soube; soube que era ali que ancorava o coração. Não deixava de ser tão quente o vento,   tão marcante a recordação das suas palavras; er...

Do que me basta

Acordámos cedo. Fizemos atípico brunch madrugador com sumo fresco, fruta, panquecas, pão ainda quente acabado de comprar, com manteiga, queijo e Nutella. Bebemos café, em paz, numa manhã quente, enquanto ouvíamos os pássaros no jardim ainda deserto numa lenga lenga apaixonada.  Zarpámos para uma praia a mais mais de 45 minutos de distância, onde sabíamos que estaríamos a salvo da afluência de veraneantes de Outubro. Eu, carregada de livros, moleskine, lapiseira e óculos de sol. Tu, a fazer coro às músicas que passavam no rádio.  A água estava quente. Passámos a manhã entre mergulhos. Almoçámos na barraca de praia, que prolongava o seu trabalho há mais de 15 dias. Vieiras gratinadas. Salada de frango para ti. Hamburguer para mim. Sangria para dois.  Dormiste a sesta à sombra do toldo alugado e eu devorei o meu livro, com creme protector no rosto, no corpo, spray protector no cabelo. Estou coberta por um manto protector de alto a baixo. Já não sei ...

Dos sorrisos

Não é pelo flash da câmara que os meus olhos brilham.  Não é pelo sol de fim de dia a bater ainda com força quente nas minhas costas.  Não é pelo cheiro a sal preso nos cabelos húmidos, que me afastas do rosto queimado e com sardas. Não é pelo vento suave que acentua o arrepio na pele que se desenha só por estares ali. Sorrio instintivamente, só de te ver. De te sentir em meu redor nesta dança que  mistura "apetece-me", ironia, "abraça-me".  Sorrio de real paixão por aquele fim de tarde, pela liberdade dos teus movimentos quando me confundes, pela tortura viciante da antecipação. Paixão pelas piadas a despique. Paixão pelo modo como a gargalhada emerge mais solta, como as minhas pernas vacilam ante a tua proximidade, pelo peso do mundo que já não carrego nestes instantes.  Sorrio pela segurança apesar de ser em areia que os meus pés se sustentam.

Do sofrer

A um minuto da tua presença esquivei-me por entre labaredas que me levavam a fugir para longe, longe demais para saber o nome, datas ou ter memórias.  Não te podia, no entanto, negar porque partilhávamos as mesmas esperanças vãs nestas quatro paredes que nos albergavam e ambos temíamos cada segundo que passava, receosos que o equilíbrio frágil que havíamos inventado sucumbisse ao peso do nosso passado, aos sonhos partidos de que nos alimentávamos. A música soava baixinho da tua velhinha rádio, lias o jornal, enquanto eu tentava concentrar-me no livro, como se não estivéssemos verdadeiramente ali, pois na realidade andávamos à deriva nos nossos próprios oceanos. Não consigo ainda perceber porque a solidão nos castiga mesmo quando partilhamos o mesmo espaço; será então preferível partir à descoberta do que há para lá de nós, buscar em outras estradas outros destinos incertos que não nos matem lentamente perante aquilo que não vivemos apesar de o parecer? Teria sido...

Da frieza inata

Convidaste-me a entrar. Eu não quis. Preferi ficar no passeio a ver as estrelas e a deambular sobre a vida, bola, filmes.  Mas querias-me no teu mundo, partilhar meios segredos e meios suspiros enquanto os dedos me percorriam a espinha. E foste-me levando para dentro, com falsa calma e aparente generosidade, despiste-me as defesas e abraçaste as inseguranças. Tentaste quebrar-me o instinto por ent re as minhas gargalhadas.  Mas a frieza não se corrompe num golpe de asa. É inata.  E quando fizeste a inflexão emocional, de quem já fez o seu xeque mate, foi mais fácil abrir a porta e sair. Afinal nunca a fechei à entrada. Estive sempre na corrente de ar de quem sabe que o conforto do calor não é real.

Do dar-me

Dá-me a estrada, eu faço o caminho.  Tenho em mim o calor de arriscar. Cruzar as zonas íngremes e subir. Sou capaz de amansar a pressa para chegar até onde estejas sem perder a intensidade de quem quer. Muito. Estar onde estás.  Dá-me o livro, eu escrevo as linhas que atravessam os lençóis amarrotados. Sem epílogos. Mas com desassossego nas palavras e entrega no toque.   Dá-me a música, eu danço, acalmo o caos na embalo que partilhamos. Proteger-te dos receios, desprender -te as gargalhadas, permitir que te dês em cada batida, em cada nota, em cada beijo. 

Visita guiada a ti

Quando ris o mundo pára. O meu mundo. O único que conheço. No qual me sentia segura. Agora duvido. Fraquejo. Hesito. Mas sigo em frente porque algures estás tu e porque não posso ficar aqui parada quando te possa encontrar. Quando ris, iluminas a sala por muita escura esteja a noite. Por muito frio que seja o vazio que nela reina, rapidamente colorido com a expressão que de ti sai com a força destruidora do teu sorriso. Quando ris, apetece-me reter-te assim. Colar-me a ti e partilhar essa tua alegria. Deixar que a tua música me console o silêncio de outros momentos, deixar-me inspirar pela forma como seduzes o som que enche o pouco espaço livre que há entre nós. Quando me tocas, a lua baila lá em cima tão perto de nós, revelando o meu rosto perdido em ti, rosto descoberto pelo cabelo que afastas de modo decidido. E eu sinto que esse toque me anestesia o corpo que fica preso àquele segundo em que renovamos o olhar.  Quando me abraças, o teu calor contagia-me a...

Dos vincos na coragem

Em cada fuga para a frente, uma emoção ceifada. Até não haver espigas que soçobrem ao sabor do vento.  Em cada recomeçar mais certezas frias. Convicções quase espirituais de um distanciamento que aderiu à derme com naturalidade.  Em cada centelha de possibilidade perdida, mais uma pedra na muralha que se agiganta. Mais uma volta no carrocel de todas as histórias que foram assim. Em cada silêncio pe sado como chicotada propositada, mais um vinco na coragem de marcar presença.  Em cada prova de que não estamos à altura, não merecemos, mais curtida fica a pele imune às frases batidas. Mais nos centramos em nós e desistimos de tingir com estrelas o céu de outrem.  Em cada queda na arena, mais profundo é o corte da realidade que nos esmaga a voz. Pois actuamos a sol o.

Do gostar de ti

Gosto de ti porque o teu sorriso me apazigua naturalmente.  Gosto de ti porque esses olhos intensos me encantam à medida que falas.  Gosto de ti porque não há ansiedade quando me envolves com a tua curiosidade.  Gosto de ti porque estar contigo significa não palpitar como se vivesse no arame.  Gosto de ti porque é simples, porque desliza em mim uma suavidade que mais não encontro.  Gosto de ti porqu e sou mar agitado que contigo não é intempestivo.  Gosto de ti porque me fazes rir com inteligência, com espontaneidade e no mesmo diapasão.  Gosto de ti porque os teus abraços são o melhor e mais confortante dos silêncios.  Gosto de ti porque estar sem ti amachuca-me os sentidos.  Gosto de ti porque basta isso. É tão-somente genuíno, forte, disruptivo, sereno, vintage.  Gosto de ti pelas razões certas mas na melodia errada.  Gosto de ti porque é tão meu este estado de alma sem eco. 

Da pele martirizada

E depois, como ficamos? Sem espaço para reconstrução, demolidos pelo peso do vazio?  Incapazes de nos dar mais uma oportunidade de fazer entrar para o corredor das nossas venturas outro abraço quente, outro toque subtil no cabelo?  Consumidos pelo receio, pela mágoa das histórias que nos vão ficando na pele martirizada como códigos de barras?  Entregues à suave quietude dos dias, encostados à  tranquilidade dos que gostam de nós e nos oferecem guarida incondicional?  E trocamos a protecção e a zona segura da dor pela adrenalina de correr riscos, de voltar a vibrar, de despirmos os sentidos perante alguém que nos faça sentir vivos. E perde-se a trepidante emoção de viver cada dia no arame mas com desejo por aquelas mãos que nos arrepiam, pelo despique da discussão, pela gloriosa felicidade de partilhar um golo do Benfica. E depois, é assim que queremos viver?

Das doses de ti

C om o olhar doce com que insistes em pousar esse quente no meu rosto, fazes-me ter vontade de te dar o mundo e as aventuras que o fazem girar, o colorido das manhãs nascidas sobre o mar, o som que sai dos rádios e me aproximam de ti. C om o gesto meigo com que me puxas para os teus braços, sinto o solavanco emocional de te ter por perto e tremo como insana pelo prazer que me dás ao mexer no meu cabelo, que corre solto na nudez do teu peito, enquanto baixas as mãos pela brancura das minhas costas. C om o sabor teu que me deixas nos lábios, recordo o vento de arrepiar dolente de outras noites em que histórias ditámos para os lençóis que nos tapavam e nos aproximavam do mesmo sonho, tu guiando o caminho vencido pelo cansaço, eu acompanhando para me manter perto de ti mais tempo. C om a gargalhada que te caracteriza enches o espaço em que parece que mais ninguém existe, anulados pela força que nos atrai, como se os tivesse apagado para te desfrutar devagar, nos momentos...

Da ausência

Conceder-te-ia todos desejos, e não meramente três, para sentir o adocicado toque das tuas carícias no meu rosto.  Faria as marés serem menos agressivas para que chegasses até mim e encostasses os teus lábios aos meus cabelos desalinhados com o resto do mundo.  Aplacaria o frio cortante das tuas memórias mais sombrias, só para dirimir a distância entre nós. Confessar-te-ia os meus enredos mais complex os com palavras simples, apenas para esticar as minhas pernas no teu colo e permitir que o repouso nos ditasse o fim de tarde.  Olhar-te-ia com o mais profundo de mim para que sentisses que há mais aonde pertencer, onde ser feliz, onde perder os sentidos para ganhar devaneio emocional.  Trazer-te-ia para o meu êxtase se não fora a tua ausência de mim.

Dos murros

É como um murro seco. Um directo com intensidade que violenta a existência. Desferido com a potência do corte mais doloroso, com a rapidez da ausência de emoção. O balouçar da corda que raspa no chão como chicote que flagela a carne mas sem deixar ferida de tão inexorável está já a pele. Viver em esquiva, não em fuga, mas na arte de estar com a guarda alta, capaz de não dar abertura ao adversário, escapar em segundos com reflexos apurados e um ataque feroz às circunstâncias, às possibilidades, aos rotundos "nãos", sem queda no ringue.

Do que foi

Hoje vi o amor da minha vida.  Na música a Mafalda Veiga pede para «guardar e abraçar tudo o que te dei» e as palavras colam-se-me à pele como dúvidas, pois hoje vi o amor da minha vida, vi-o ao de leve como ao de leve ele e eu, outrora, nos encontrámos. Não houve sequer tempo para nos abraçarmos daquela forma quente e estreita de navegar nos braços de quem se gosta, nem muito para guardar, são memórias demasiado pesadas para serem assumidas. Não nos lembramos um do outro e não há espaço para recordações com um sorriso. Vi-o e por breves instantes não acordei para ele, não o reconheci sequer. Vi-o, apenas, amparado a quem ele pertence, passei por ele como voo de um anjo sobre o sono de uma criança, com passagem silenciosa, ténue, com carinho e cuidado. Passou, hoje, ele por mim como o encontro de dois estranhos, passámos e não ficámos, sem o dramatismo dos filmes, nem trocas de olhares cúmplices carregados de histórias que ficaram para trás. Foi um cruzamento vaz...

Do golpe de asa

Ele é uma paixão avassaladora, uma coisa inexplicável que consume por dentro, que me dá ganas de o beijar, acariciar nos meus braços, dar-lhe o ânimo  que ele parece não querer e não precisar porque, na verdade, não necessita de mim, sou apenas uma brisa que lhe deu ar num momento e que se desvaneceu com pressa. Percebo agora quão penoso é deixá-lo ir e como queria que ele voltasse, mas à minha maneira, a esforçar-se por uma sedução eficaz que me deixasse de rastos sem que eu o revelasse, que me colocasse pronta e disposta sem que ninguém percebesse, que, enfim, me convencesse, embora aparentasse dúvida. Ele será o grande momento do meu passado, o meu pequeno passo em frente e por causa dele descobri como sou abnegada, como posso ferver no interior por uma outra pele que pulsa com o seu aroma característico, com a sua energia vigorante, com um contacto letal como uma adaga adornada de diamantes e pérolas. Apesar de tudo tenho que conviver com ele com naturalidade, c...

Das idas sem destino

Vamos partir sem destino.  Pegar-te na mão e ir.   Descobrir em ti uma aventura.  Cheiras a mar, a dias de calor, areia quente que se enreda no cabelo, ondas que batem no corpo quando as atravessamos destemidos quais crianças.  A tua pele evoca livros consumidos com sofreguidão sob a brasa, bolas de berlim com açúcar salpicado pela cara, a fins de dia em que o sol se põe ao ritmo de amêijoas e confi dências.  Os teus olhos fazem-me dançar com frenesim, com suor pela espinha, vestidos leves que seguem a batida e a gin.  Encontra em mim a tempestade, noites de trovoada e jazz, silêncio com tantas coisas por dizer, o frio que não me trava. A barreira invisível que me cobre mas que é a minha maior vulnerabilidade.  Pé a fundo estrada fora. Assim é em mim.  Quanto tempo dura esta viagem sem esperança?

Tainted wish

Undress my tainted wish and kiss me under the rain. Let's make it be soft, bitter, kind, hard, funny, a game.  No rainbows, only thunderstrucks.  Closeness from belonging, the excitement of strangers. Bite my expectations, pull my smiles. Stormy weather. 

Das portas giratórias

Sentava-se todos os dias no mesmo café, quase sempre na mesma mesa, durante a tarde. Chegava mais cedo, ou não, dependendo do trabalho que tinha, feito em casa, ou da hora a que saía do cinema ou terminava a aula de História de Arte.   Invariavelmente, pedia uma torrada, aparada, e um leite com chocolate Ucal. Fresco. Depois um café. Uma água. Os empregados já a conheciam, reagiam quase automaticamente à sua entrada, mas não havia espaço para conversas. Eram afáveis, ela sorria mas os olhos tristes de um castanho desiludido não concediam mais intimidade.   Durante as horas que ficava, ora desenhava, ora lia, ora rabiscava ideias para um livro que nunca iria escrever, ora quedava-se apenas a observar a rua, os clientes oscilantes, a porta do hotel de  design   que abrira há menos de um ano, em frente ao seu casulo diário.   A rotina instalara-se pouco depois do hotel ter aparecido na história. Antes ela apenas aparecia esporadicamente para um ...

Da imensidão do querer

Querias saber como era.  É sal devolvido ao corpo em cada entrada no mar.  É soltar-se a energia num sem parar de palavras e risos, seguido de um sussurro de nostalgia que se abate perante tudo o que falta, perante este vazio constante.  É paixão a exigir loucura em escalada, seguida de cansaço, a pedir silêncio e o conforto de um abraço.  É ser rainha para depois almejar a invisibilidade.  É dar-te tu do e, em simultâneo, temer entrar em território em bruto com as defesas em baixo. É querer viver o mundo com sofreguidão mas não querer sair dos lençóis que cobrem a pele em arrepio.  É desejar atirar-me com o mais potente e certeiro directo, ainda que me vá esquivando como se fora ballet. É querer-te com imensidão e tu não quereres saber nada disto.

Do beijo único

Foi a surpresa. O inesperado sabor de que se está em casa. Como um beijo espontâneo, arrebatador, fosse a resposta para tudo quando nem sequer se está a pensar. Apenas a sentir a pressão daquelas mãos nas costas e um sismo que nos arrepia.  A descoberta do cheiro, a sintonia da perda de controlo, o tempo que se arrasta num momento tão único, destruidor, ansiosos por mais. Um só beijo e tudo se des morona.  A fé resgata-se pelo desejo. A ansiedade queda-se pela frenética trepidação da pele contra pele. Um beijo, segundos apenas, ambos extenuados pela vitória. Um só beijo e quando findou sabia que valera a pena.  O que ficara para trás e o que não aconteceria daí em diante. Mas aquele beijo fez acreditar, por breves instantes, que havia chegado. Ao destino. Mas foi um beijo e uma só estação de passagem. Um beijo - tudo mas, na verdade, nada mudou.

Um grande tudo único

via @thegfeboudoir T ocou-me no pescoço com a ponta dos dedos, desviou com um  gesto macio a madeixa que lhe tapava o caminho e beijou-me com lábios quentes, como se me possuísse naquele momento. Bastava senti-lo perto e ficava pronta a recebê-lo. E ele estava muito perto, na mesma cama onde havíamos caído horas antes para mais uma vez nos perdermos. Terminávamos sempre por nos achar nos braços um do outro. Eu encontrava uma calma momentânea que seguia ao rebuliço que ele provocava. Nunca chegarei a descobrir o que ele encontrava, para além da ternura infindável em que adormecia. Exausto, sucumbia com facilidade sob as carícias que lhe fazia no cabelo ou as massagens suaves nas costas. A braçou-me por trás e prendeu-me as pernas, ainda que soubesse que eu não iria fugir. Eu escondia sempre todas as emoções que ele suscitava em mim, mas ele tinha consciência que dominava os meus sentidos, da mesma forma como dominava todos os aspectos da sua vida, como dominava as conversa...