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Da autenticidade



Dizem-nos que devemos mostrar vulnerabilidade. 
Porquê? Todos os riscos da fragilidade foram sendo apagados pelo vento que me cortou a face e me fez sobreviver de forma que sou. 

Que devemos revelar que precisamos que cuidem de nós. 
Porquê? Preciso de mim, inteira, sofrida, eufórica, vigilante, em modo auto-defesa, serena, irrequieta, sem expectativas, sempre com vontade de ir. Quem quiser, faça-se à estrada ao meu lado. 

Que não temos que ser tão independentes e fortes. 
Porquê? Ser destemida, saber o que quero, dizer um não sem explicações ou um sim fácil, questionar, discutir, competir, são prerrogativas de quem as sente como um fogo a arder na pele. 

Não pode, não deveria, haver receitas pois a magia está na autenticidade, num olhar que diz tudo em silêncio, num riso solto que abre fantasias, numa resposta mordaz que desperta desejo. 

Ser livre é o que melhor podemos revelar de nós.

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