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Das idas sem destino



Vamos partir sem destino. 

Pegar-te na mão e ir. 
Descobrir em ti uma aventura. 
Cheiras a mar, a dias de calor, areia quente que se enreda no cabelo, ondas que batem no corpo quando as atravessamos destemidos quais crianças. 
A tua pele evoca livros consumidos com sofreguidão sob a brasa, bolas de berlim com açúcar salpicado pela cara, a fins de dia em que o sol se põe ao ritmo de amêijoas e confidências. 
Os teus olhos fazem-me dançar com frenesim, com suor pela espinha, vestidos leves que seguem a batida e a gin. 
Encontra em mim a tempestade, noites de trovoada e jazz, silêncio com tantas coisas por dizer, o frio que não me trava. A barreira invisível que me cobre mas que é a minha maior vulnerabilidade. 
Pé a fundo estrada fora. Assim é em mim. 
Quanto tempo dura esta viagem sem esperança?

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