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Dos sentimentos sem prazo validade




Quanto tempo pode durar um sentimento? Entre o momento em que nos atinge como um raio e sabemos que algo no nosso interior se quebrou, para que haja espaço para este imenso querer, ou para irremediavelmente não voltar ao lugar e permanecer danificado. 

Aquele momento que sobrevive a meses, anos, décadas, a vidas díspares, a caminhos que se afastam, a oceanos que se atropelam, a palavras ora cortantes e duras, ora quentes como uma paixão que teima em não esmorecer apesar de que de crianças já fizemos a árdua viagem para adultos.

Como se apaga esta vastidão de emoções que se somaram como uma torre e apesar das investidas e do risco de desabamento, não cedem? Desejo, gostar, raiva, admiração, impaciência, conforto, exasperação, vontade de ser invisível ou de provocar até à exaustão. 

Gritos que se quedam mudos perante a indiferença e desperança. 

Podemos abater algo que nós próprios construímos e se fixou no mais recôndito de nós.

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