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Da faca afiada




Uma faca afiada que guinava pela espinha. Arrepiava-me. 
A pele tremia e pedia mais. E continuava a descer aquela pontada de desejo por realizar, antecipação de quem vai deixar-se possuir pelo momento, pelo devaneio, pelo tortuoso caminho das sensações em catadupa. 
Rio-me à gargalhada, pelo nervoso, pelo deleite, pelo prazer de te ouvir disparatar enquanto me mexias o cabelo entre o suave e o territorial, me ias gerando demência com a ponta dos dedos, incessantes em pressionar as minhas fraquezas, me libertavas da arma de sedução que reside no soutien sem que sinta ele escapar-se. 
Estou perdida, remetida para o desígnio do vencedor e nunca a entrega foi tão suave, disponível, feliz,

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