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Dos terraços





Quando o frio se esconde e os fins de tarde já pedem que esteja no terraço a olhar o azul inexplicável de Lisboa, entre o silêncio que existe aqui e as lembranças dos teus dedos suavemente a dançarem pelo meu corpo, esqueço-me do agora. 

Volto aos dias em que estavas em mim, num longo abraço de perfeito encaixe de cumplicidade, nudez, risos, carinho. Havia tudo mais à volta que consumíamos com apetite mas éramos nós o motor de tamanha vontade e de beijos sempre diferentes. 

E de novo volto a onde estou e procuro-te algures, tentando que regresses a mim, que sigas esta luz até casa, vindo desse outro terraço onde te refugiaste

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